sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Tempo certo


Faz um bom tempo que estou à espera de alguma idéia para escrever, mas não têm vindo nada. Uma semana sem postagens, de hoje não passa. Hehe. Bem, agora a pouco me lembrei de um texto que gosto muito: Eclesiastes 3.

Para tudo há uma ocasião certa;
há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu:

Tempo de nascer e tempo de morrer,
tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou,
tempo de matar e tempo de curar,
tempo de derrubar e tempo de construir,
tempo de chorar e tempo de rir,
tempo de prantear e tempo de dançar,
tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las,
tempo de abraçar e tempo de se conter,
tempo de procurar e tempo de desistir,
tempo de guardar e tempo de jogar fora,
tempo de rasgar e tempo de costurar,
tempo de calar e tempo de falar,
tempo de amar e tempo de odiar,
tempo de lutar e tempo de viver em paz.

Auto explicativo o texto, pelo menos eu acho. Versículos bem claros e diretos (apesar de utilizar metáforas): há um tempo certo para TUDO. E nada melhor do que esperar.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

"Cegueira"


"Provavelmente, só num mundo de cegos as coisas serão o que realmente são".

Esta frase, entre várias outras, chamou minha atenção durante a leitura de "Ensaio Sobre a Cegueira", de José Saramago. Basicamente, o livro relata sobre uma inesperada e desconhecida epidemia chamada de Cegueira Branca, por se tratar de uma cegueira inversa: o branco é tudo que se pode ver.

No início da propagação da contagiosa doença, os infectados são levados ao que um dia foi um manicômio, onde têm de sobreviver. Os cegos lá deixados tentam então se organizar, porém, o lugar logo se torna um centro de violência, fome, doença, opressão e sujeira.

O grande lance do livro é a existência de uma única mulher que não sofre da doença mas que entra no manicômio para acompanhar o marido doente. O interessante é que, no decorrer dos acontecimentos, o que ela acaba por mais desejar é não poder enxergar mais. De poder nunca ter visto a decadência humana, o asco, a maldade, a tristeza, a impotência... da maneira que só ela soube.

E o mais interessante ainda é o fato dos cegos dizerem que, apesar de antigamente enxergarem tudo ao redor, apenas quando a visão deles se tornou totalmente branca, quando ficaram cegos, é que eles passaram a enxergar de verdade.

Então, isso me faz voltar a frase inicial. Com a doença, ninguém podia ver ninguém (com excessão da mulher) e assim, a liberdade para fazer o que bem entendesse era grande. Penso que foi por isso que só após da cegueira as pessoas "viram" a verdade. Não era necessário fazer uso de máscaras, não fazia sentido fingir ser alguém que não era. Ninguém veria. Você pode ser aquilo que realmente é, agir da maneira que quer agir. A cegueira mostrou a raiz humana, o que existe embaixo das máscaras.

E toda essa liberdade levou a um fim que mostra como o homem é corrompido: CAOS, puro caos. A humanidade cega passa a se rebaixar a um caráter animalesco, instituir opressão, defecar em qualquer local, cometer homicídios, entregar o corpo em troca de alimento... caos. A cegueira acabou mostrando o que todos já sabiam mas ignoravam: a caótica humanidade.

*Se você não é fã de leitura, recomendo o filme "Ensaio Sobre a Cegueira" (Blindness) - 2008, para aqueles que têm mais de 15 anos. Mas afirmo: nada como o livro! Genial.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

2 músicas lindas.


Wait - The Afters

Wait, I can hardly wait
To look into Your face
When the world disappears into Your eyes

Wait, I can hardly wait
To hear your sweet voice say
You've done well, my good and faithful son
Breathe, I can hardly breathe
In anticipation
Waithing for the day to come
When You will shine on me

Wait, I can hardly wait
To bow at Your feet
Kiss the scars that bore my sins away
I can hardly breathe In anticipation
Waiting for the day to come
When You will shine on me

Wait, I can hardly wait

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Thief In The Night - Leeland

Great is Your love and Your faithfulness

It's Your faithfulness that carries me
Many times I've run away
Forsook Your love and all Your grace
Still You call out my name
Yeah, You still care that I be saved

So I'll sing the glories of Your name
Your awesomeness I will proclaim
Until You come, until You come and...

Take Your bride away
Like a thief in the night
Like a thief in the night
You'll take us away
There is no one that can fill this void
Like You fill this void in my heart
My life is just a human one
But You pick me up and call me son
Speak, Lord, I am listening
Yes, Your child will serve faithfully

*Além de ter um link no título de cada música, coloquei as duas músicas no playlist do blog, pra quem quiser ouvir. Fica na coluna ao lado. Deus abençoe vocês.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Esqueci-me. Queimei.

Condução: processo de transmissão de calor de molécula em molécula de duas substâncias com temperaturas diferentes, ocorrendo geralmente entre sólidos.

Fluxo de calor: espontaneamente, o calor sempre se propaga de um corpo de maior temperatura para um corpo de menor temperatura.


Condutividade térmica de materiais a 27 ºC
:
Material Condutividade térmica
[J/s/(m·K)] ou [W/(m.K)]
Prata 426
Cobre 398
Alumínio 237
Tungstênio 178
Ferro 80,3
Vidro 0,72 - 0,86
Água 0,61
Tijolo 0,4 - 0,8
Madeira (pinho) 0,11 - 0,14
Fibra de vidro 0,046
Espuma de poliestireno 0,033
Ar 0,026
Espuma de poliuretano 0,020

Tá... disso eu sei. Estudei, fiz e refiz inúmeros exercícios e provas sobre o assunto. Ouvi até cansar o professor explicar que calor se transfere do mais quente para o mais frio, que metais são ótimos condutores térmicos. Decorei a fórmula de Fourier, sei as leis da calorimetria e sua equação fundamental.

O que eu não consigo entender é como, depois de um ano de aprendizado (um ano não, vários), eu consigo ser burra o suficiente de esquentar uma faca no fogão e, depois de alguns segundos, testar na minha mão se o objeto realmente esquentou.

Me queimei, lógico. Deixei de lado tudo o que aprendi, esqueci-me de que não era ignorante, de que sabia que a faca esquentaria rapidamente por ser um bom condutor térmico e por estar com a temperatura bem mais baixa que a do fogo, de que os átomos da faca logo ganhariam energia e se agitariam. Esqueci-me.

Se eu estou não aplicando o que aprendo durante o ano letivo aos meus 16 anos... imagina daqui a uns 10 anos! Tudo o que eu terei esquecido... espero que as experiências me ajudem a compensar o esquecimento e a falta de atenção por bom senso e instinto.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

100 rumo

Hoje, literalmente, vaguei sem rumo pelas calçadas da cidade. Nos primeiros passos meus olhos não conseguiram reter as lágrimas. Chorei e andei, chorei e andei. Não sabia pra onde estava indo, só sabia que estava triste; e a tristeza era tudo que eu enxergava no momento.

Ainda faltava 1h para a aula vespertina do colégio começar. Chorar com todos os alunos me olhando eu não iria, então, fui dar uma volta, refrescar a mente. No começo fiquei com um pouco de vergonha das pessoas que passavam, afinal, não é todo dia que encontramos pessoas chorando pela rua, mas depois fingi não ligar.

Começei a me abrir com Deus. Orei com sinceridade por um bom tempo. Atravessei uma rua. Tentei falar tudo que estava preso dentro de mim, tudo que eu não podia falar com mais ninguém. De princípio, estava mais me fazendo de vítima... mas depois, minha visão sobre os acontecimentos mudou.

Só sei que, passado um tempo de oração, fui enchida de uma alegria inexplicavelmente gostosa. Ele me deu certeza de que tudo daria certo e que Ele estava, como ainda está, fluindo em tudo. que acontece. Estou bem melhor agora.


Achei uma lanchonete, comi um doce (muito gostoso, por sinal) e voltei em direção ao colégio não só sem lágrimas, mas muito feliz! Nunca imaginei que uma simples caminhada antes da aula resultaria em algo assim. Acho que sinceridade nas lágrimas basta para haver uma mudança.

Detalhe: Apesar de postar hoje, começei a escrever isso sexta-feira. Portanto, aconteceu ontem e não hoje.

* Escutando: Endless Song Of Happiness de Yael Naim, uma cantora franco-israelita muito boa.


terça-feira, 3 de novembro de 2009

Do que o coração está cheio.


Acampamento do fim de semana foi marcante em vários sentidos. Tanto agradável como nem tão agradável e prezeroso. Mas no final, o aprendizado em todos os acontecimentos foi enorme, por mais difícil que seja aceitar.

Aceitar erros revelados, aceitar a nós mesmos, aceita outros, aceitar nos humilhar, aceitar palavras que mais parecem facadas... aceitar a Verdade. Nem sempre é fácil. Na verdade, na maioria das vezes é bem difícil. Significa renunciar a seus próprios desejos e sonhos e nos esvaziar de nós mesmos.

O mais marcante pra mim do acampamento foi, provavelmente, uma conversa que tive com uma grande amiga na primeira noite. Em resumo foi sobre Mateus 12:34b "Pois a boca fala do que está cheio o coração". (NVI).

Analisamos que a maioria do que falamos com outras pessoas não são relacionados a Ele em si. Aparece de tudo: cinema, futebol, livros, comida, esporte, moda, política, estudos... mas o que menos sai da nossa boca é a essência da nossa vida. Ou que, pelo menos, alegamos ser a nossa essência.

Tem algo de errado nisto tudo. Se falamos pouco de Deus e do Amor para com o homem, é porque o Espírito não está preenchendo totalmente nosso coração. Pois a boca fala do que o coração está cheio. E assim sendo, pode-se concluir que o coração está cheio de outras inúmeras coisas; vazio é que não fica.

Falo assim porque vejo isso em minha vida e em muitas outras. Não estou querendo julgar as pessoas, mas é fato que MUITAS pessoas se iludem. "Deus é maravilhoso, tem me abençoado demais!", "Meu Deus é um Deus que fala!", "Jesus mudou o meu viver!". Se te perguntassem agora como tem sido a presença de Deus na sua vida ou a mudança mais crucial que tem vivido, saberia responder imediato?

Meio down o post? Talvez. Realista? Provável. Temos que nos diminuir e encher dEle todos os dias.